POSSO AJUDAR-TE?

 


“Posso ajudar-te?” Esta pergunta nos é muito familiar, e a resposta tende a ser diversa. Dependendo das pessoas, algumas dizem: “agradecia” outras dizem “não, obrigado”, de acordo com o tipo de ajuda que pretende prestar e do carácter da pessoa que irá se beneficiar. Cada uma delas tem suas razões, mas se formos a fundo da questão e fizermos uma vista grossa, pode ser que todos gostaríamos de ser ajudados, salve as “autossuficientes”, se é que existem.

Não sei por que as pessoas que têm vontade de ajudar, nos perguntam se precisamos ou não! Acho que se queremos ajudar, que ajudemos aos que achamos que necessitam e prontos.

Uma vez, estava com um colega, de repente recebeu uma chamada de uma amiga, para lhe dizer que ela queria oferecer-lhe algo, caberia a ele escolher o que quisesse. Acredite, foi muito complicado para o meu amigo escolher, e ele tinha razão.

Normalmente quando alguém nos questiona: o que queres que eu te ofereça?, fica difícil responder. Várias perguntas podem queimar a nossa pobre massa cinzenta: “O que posso pedir?” E até podemos pensar em pedir o que mais necessitamos nesse devido momento, mas, de novo pode se perguntar “Será que a pessoa pode conseguir essa tal coisa? Porque é difícil calcular o bolso da pessoa, muito menos calcular o peso da sua capacidade. Corre-se o risco de subestimá-la ou de pedir algo fora do seu alcance, aí está o dilema.

Mas o pior ainda está por vir, sabe o que é mais complicado? É quando alguém diz: “Estou pronto para te ajudar, qualquer coisa me fale.” Isto sim, é grande terror, porque muitas pessoas têm em conta o adágio popular: “Saber sofrer com dignidade”, poucas terão coragem de pedir, embora diga-se que nunca deve parar de pedir. Então se quer ajudar ofereça sem perguntar, porque nem todos têm a capacidade de calcular o seu bolso ou coragem de pedir.

O mundo precisa de pessoas de boa vontade que ajudem sem dificultar nem humilhar as pessoas ajudadas. Se todos ajudassem sem perguntar, talvez o mundo seria o melhor lugar para se estar. Alguém poderia objectar, mas como vou ajudar alguém que, se calhar nem precisa? É simples, significa que julgou mal a pessoa ajudada, as pessoas que normalmente precisam não dispensam. Já pensaram naquela velhinha que vive sozinha? Naquelas crianças órfãs que vendem amendoim nas ruas, naquela viúva incapaz, naquele jovem deficiente, naquela mãe solteira com 7 filhos por alimentar e educar, naquele jovem incapaz de ingressar numa Universidade por falta de condições? Acho que esses não dispensam ajuda e nem precisam de serem perguntados se necessitam de alguma ajuda.

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