“[…]
não podemos perder o nosso lado humano numa análise.
Não sabemos quais são os demónios que a outra
pessoa está a enfrentar.
E a forma mais prática de se aprender sobre o
respeito,
É lembrar que as escolhas dos outros, não são
da nossa conta.
Olhem mais para vocês mesmos do que para os
outros”
Hernâni da Silva in Prwesha
John Milton uma vez disse: “Na solidão, que felicidade? Quem se deleitará sozinho ou se
a tudo deleitar, que prazer encontrará?” implicitamente queria sublinhar o quão
é importante o relacionamento entre humanos.
A
vida na sociedade exige o consenso como condição indispensável para uma boa
convivência. Mas, para ser produtivo, o consenso exige que cada indivíduo
contribua de forma independente, a partir de sua experiência e sua intuição.
Quando o consenso aparece sob o domínio do conformismo, podemos considerar o
processo social poluído e, ao mesmo tempo, o indivíduo renuncia a capacidade de
que depende a sua actuação como um ser pensante e sensível. Os seus sonhos,
planos, desejos, aspirações são colocados em standby, para corresponder
às exigências da sociedade, aos desejos dos terceiros, a suposta vida
apropriada. Consequentemente compra a sua própria infelicidade.
No
meio disso tudo queremos falar sobre: a) Quando é que terminas a faculdade?
b) Quando vais nos apresentar o(a) cunhada (a)? c) Por que escolheste aquele
curso? d) Por que não casas com ele? e) Por que não engravidas? f) Por que
escolheste esta vida? g) Vais conseguir viver sem mulher/homem? Por que o deixaste?
Não
queremos falar de pressão social como especialistas da área, mas, descrevê-la
como um facto social e em seguida apresentar a nossa proposta para lidar com
esse facto social que, até uma certa altura, acaba matando sonhos,
impulsionando depressão e suicídio.
Vamos
começar por definir a pressão social. Para Suliane, pressão social é o nome
dado ás cobranças da sociedade, familiares, amigos e parceiros conforme
exigências do ambiente exterior.
São
vários factores que contribuem para que as pessoas, sobretudo os jovens, se
sintam pressionadas. Evidência de que a força externa social impõe padrões
sobre as opiniões e atitudes das pessoas. A pergunta é, quais são os factores e
como lidar com eles?
Ao
nascermos, os pais, ou os mais velhos nos educam em vista aos seus planos e
desejos connosco, apesar de o acto de escolher as escolas para a educação dos
filhos ser um processo natural, nalgumas vezes, percebemos que estamos sob
pressão quando começam a nos cobrar algo que nos é difícil fazer, não pela
incapacidade, mas pela falta de vontade e motivação para tal, justamente por
não nos identificarmos com a tal actividade.
É
frequente que depois das escolhas dos nossos cursos, os nossos amigos,
familiares mais próximos até colegas não percam a oportunidade de opinar, questionando
as nossas escolhas, ou porque o curso não tem mercado de emprego ou porque não
pagam bem, deveríamos ter escolhido outro. E se esquecem que quem fará o curso
somos nós que o escolhemos.
É
o mais comum da sociedade de estar para criticar tudo que é vida do outro se
esquecendo de elogiar os bons costumes. Pressionados pela pressão familiar e
social as pessoas acabam autocobrando-se, tornando-se infelizes pela vida toda.
Todos
passamos por alguma pressão, ou na relação, ou na carreira, no nosso círculo de
amizade ou mesmo em casa. Por isso, é importante saber como lidar com a Pressão Social.
Reconhecendo
as limitações da nossa pesquisa e reflexão apresentamos algumas sugestões que
podem ajudar aos que já atingiram a maioridade ou dotados da razão para
equilibrar o seu ego diante da pressão social e garantir o mínimo da felicidade:
Viva
de acordo com os seus planos, sonhos e escolhas desde que isso não entre em conflito
com a felicidade ou a liberdade dos outros, porque quando nos possibilitamos
viver de acordo com os nossos desejos, sonhos ou metas, “parceiros adequados a
nossa personalidade” é muito mais fácil alcançarmos a desejada felicidade.
Seja
firme e confie nas suas decisões. Durante a vida estamos sujeitos às escolhas e
tomadas de decisões e para esse efeito somos influenciados pelo ambiente, pelas
pessoas que nos rodeiam, pelos familiares e amigos. São nesses momentos que devemos saber
identificar o que é da nossa vontade, e dos terceiros, para evitar ceder às
vontades alheias sobre a nossa vida, de modo que não mudemos o rumo das nossas
decisões.
Seja
capaz de determinar o que é melhor ou não para sua vida. Imagina como gostaria
que sua vida fosse sem precisar agradar aos outros ou seguir padrões, confiante
de que isso é o melhor para sua vida.
É
necessário que seja aberto á conselhos, mas não colocar acima das suas decisões,
o que exige muita maturidade e discernimento.
Contudo,
é fundamental que ao fazer as escolhas pessoais se tenha em consideração que
somos para os outros e a meta de toda a felicidade é amar e ser amado.[1]
Portanto,
percebeste que é um assunto ainda por se explorar, por isso deixamos o debate
em aberto para que todos possam contribuir trazendo mais aspectos para melhor
aproveitamento sobre esse tema.
PS:
Caro leitor, esperamos que tenha percebido que a felicidade se alcança dentro
de uma comunidade, por isso ninguém tem uma liberdade absoluta de escolher,
desde a infância. Liberdade não consiste apenas em ter possibilidade de escolher,
consiste sim em fazer o bem, ou em escolher dentro do possível, você não vai
escolher ser mecânico de aviões onde não existe uma oficina para o efeito.
Por:
Nyurca Silvestre, Estudante de Psicologia Clínica e das Organizações da USTM.
e
Nunes Cristóvão, O Curioso.
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